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Amada e odiada: O triste fim da Capital Transportes em Salvador

Por Emerson Pereira – Foto Ícaro Chagas

O dia era 31 de dezembro de 2014, aquele dia ficaria marcado como o último dia da existência da empresa Capital no sistema de transporte soteropolitano.

A empresa que fazia parte do grupo ITT, iniciou sua operação no dia 01 de novembro de 2002, sendo resultado de uma divisão da empresa Ilha Tropical Transportes. Da Fazenda Grande do Retiro, São Caetano, Cajazeiras 11 e Boca da Mata partiam suas principais linhas.

A empresa carregava consigo a fama de “mangueada” e sua operação era meio confusa, ao ponto dela escalar ônibus grandes em linhas como a “Estação Pirajá x Calabetão” e colocar ônibus pequenos na “Boca da Mata x Pituba”, outro aspecto peculiar da Capital era que a empresa dava um banho de jato nos ônibus antes de sair da garagem, isso garantia um banco molhadinho na primeira viagem.

Amada e odiada nos três cantos da cidade, a área operacional da Capital era um reflexo da sua administração, a empresa tinha linhas em Cajazeiras, São Caetano, Cidade Baixa, Arenoso, Brotas entre outras regiões. Seu maior reduto era na Fazenda Grande do Retiro, a empresa era responsável por todas as linhas do bairro.

Além da frota regular, a empresa manteve uma frota de ônibus executivos, com frota diferenciada os seletivos da Capital rodaram em linhas da Cidade Baixa e Cajazeiras.

No meio de 2014, a empresa cedeu 11 das suas linhas para outras empresas do sistema, vivendo uma crise financeira a empresa optou por não compor os consórcios que formariam o sistema Integra e deixou de operar no dia 1 de janeiro de 2015, colocando um ponto final na história de mais de 60 anos do grupo no transporte da capital baiana.

Os motoristas da Capital eram conhecidos por andar em alta velocidade pela cidade, seus ônibus se acabavam em pouco tempo de uso. Com dificuldades na revenda, boa parte de sua frota foi sucateada e teve um fim desconhecido.

Ao longo de 12 anos, a Capital se caracterizou como uma empresa amada e odiada em todos os locais por onde ela operou, ainda assim, foi uma empresa marcante e fez parte do dia a dia de milhares de soteropolitanos que se deslocavam pela cidade.

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