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Transporte público

Salvador precisa diversificar sua frota de ônibus para melhorar o transporte da cidade

Por Emerson Pereira – Foto Vitor São Tiago

Oferecer um atendimento de transporte público e eficiente é um desafio para os gestores públicos em qualquer lugar do mundo. Indicadores sociais e econômicos, refletem diretamente na dependência da população em cada ponto das grandes cidades.

Quando falamos em transportes por ônibus, as grandes cidades mundo afora investem em vários tipos de veículos devidamente adequados às características das linhas que eles vão circular. Ou seja, além dos ônibus convencionais, essas cidades utilizam microônibus, midibus, trucados, articulados e biarticulados conforme a demanda e o trajeto de cada roteiro.

Categorias de ônibus definidas pela ABNT

Já em Salvador, a história é diferente. Se no passado a cidade já contou com a maioria dessas categorias de ônibus, apesar de os consórcios do Integra utilizarem uma quantidade bem limitada de microônibus, hoje a frota do sistema urbano da capital baiana é composta basicamente por ônibus convencionais. Esses veículos tem seu comprimento variando entre 11,90 e 13,20 metros, e isso impacta no serviço que é oferecido em uma das maiores cidades brasileiras.

Cada ônibus tem um custo operacional e cada linha tem uma demanda de passageiros, e o uso inadequado de um determinado tipo de ônibus pode precarizar o serviço oferecido para uma região. Digamos que uma linha que tenha uma baixa demanda de passageiros conte com uma frota fixa de dois ônibus convencionais, e que esses dois coletivos passem a cada 30 minutos, com uma taxa de ocupação média dos veículos abaixo dos 50%. A tendência natural com o passar dos tempos é que a oferta de ônibus seja reduzida e que o bairro passe a contar apenas com um veículo a cada 1 hora. Ou pior, que a linha seja extinta ou aglutinada com outra linha pra manter o atendimento naquela região.
Neste caso, a utilização de um veículo menor poderia ser a solução para manter o atendimento para o bairro e racionalizar os custos operacionais para a empresa operadora.

Último teste de ônibus trucado, promovido pela Prefeitura de Salvador em 2020

Já com relação a linhas mais movimentadas de Salvador, a demanda já extrapola a capacidade dos seus ônibus alongados (13,20m). A alternativa adotada pelo Integra é a operação em comboios, com algumas linhas com intervalos de cerca de 5 minutos entre um coletivo e outro. Apesar do pequeno intervalo de tempo, não é difícil registrar casos de superlotação, e alguns casos até fora do horário de pico. Nestes casos, a inclusão de veículos maiores poderia ampliar bastante a capacidade do sistema coletivo de receber passageiros. O problema é que Salvador é uma das poucas grandes metrópoles brasileiras que não contam com veículos trucados, articulados ou biarticulados em seu transporte público.

O Buzu071 procurou a Secretaria de Mobilidade (Semob), que por meio de nota, respondeu aos nossos questionamentos, veja abaixo:

Buzu071Existe algum tipo de orientação ou indicação da Semob, com relação as linhas que esses ônibus são utilizados?

SEMOB – “As concessionárias utilizam 3 tipos de carroceria no STCO; Micro, Convencional/Padron e Convencional alongado (13,20m).

Nos estudos de atendimento a equipe de avaliação da secretaria verifica a necessidade de atendimento no horário pico da manhã confrontando dados de bilhetagem, onde analisa-se a demanda e as zonas de desejo dos passageiros e juntamente com as operadoras define-se o tipo de equipamento existente a ser utilizado de acordo com sua capacidade de transporte por viagem”.

Buzu071 – Existe algum tipo de avaliação ou estudo em andamento a respeito da introdução de ônibus trucados ou articulados nas linhas mais movimentadas da cidade?

SEMOB – Este tipo de carroceria está prevista com a conclusão do trecho 2 do BRT, prevista para 2023.

Comparando o sistema soteropolitano, com os sistema urbanos de outras cidades, concluímos que uma frota de ônibus mais diversificada  pode melhorar o serviço oferecido pelo Integra, reduzindo os custos operacionais das empresas em linhas de baixa demanda, além de facilitar a criação de novas linhas e combater a superlotação histórica dos ônibus da cidade.

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