Clandestinos crescem desenfreadamente em Salvador enquanto o sistema Integra agoniza
Semob precisa apresentar um plano de contenção ao MP-BA até janeiro
Por EMERSON PEREIRA
Diante da atuação cada vez mais consistente e organizada, das vans clandestinas em Salvador o Ministério Público do estado, solicitou que a Secretaria de Mobilidade (Semob), apresente um plano de combate ao transporte irregular.
Segundo o órgão municipal, nos últimos 3 anos o número de veículos apreendidos por transporte irregular cresceu 29,2%. O últimos levantamento feito pela secretaria em 2019, apontou que Salvador tinha 1.600 veículos atuando no transporte irregular, sendo a grande maioria vans e microônibus.
Enquanto isso, um estudo feito pelo Observatório da Mobilidade Salvador, indicou uma redução de quase mil ônibus na frota urbana de Salvador nos últimos dez anos.
Desde a implantação do sistema Integra, em 2015, os clandestino tem expandido seu protagonismo em diversas regiões da cidade. Enquanto o sistema Integra prioriza a otimização operacional, tendo integração como um ponto essencial para o deslocamento dos usuários, os clandestinos investem na conexão direta entre regiões periféricas (e populosas) e pontos centrais da capital baiana, o que lhe fornece uma imensa vantagem, principalmente por conta da cultura do soteropolitano que se habituou com esse modelo de transporte por quase meio século.
Outro ponto importante entre o sistema convencional e o irregular, é que enquanto o Integra desativa linhas, o irregular ativa similares, além disso, a agilidade em perceber o impacto das mudanças promovidas no transporte coletivo é totalmente diferente, um exemplo disso é a recente desativação da linha 0412 Duque de Caxias X Pituba, enquanto a Semob desativou a linha e indicou a integração para os usuários que vão para a região da Pituba, o clandestino reforçou sua frequência na conexão Liberdade x Pituba, o mesmo movimento aconteceu na ligação Subúrbio Ferroviário – Centro.
A lentidão para tomada de decisão na Semob é nociva ao sistema Integra que cada ano que passa transportar menos passageiros. Em Cajazeiras por exemplo, moradores de Cajazeiras 8, suplicam a dois anos por uma linha que leve os passageiros do bairro até a linha 2 do metrô e a Semob não tem a capacidade de oferecer uma alternativa.